Páginas

segunda-feira, dezembro 19, 2011

O Natal Dos Nossos Sonhos.

 


Olá amigos:

Não é fácil passar um Natal sem pensar nos menos favorecidos

Estou cá pensando tristemente. Como deve ser terrível e sofrido para um pai de família desempregado, que não tem 13 salário, que não recebe pelo menos um panetone do seu chefe, ou uma cesta de Natal, ou que não tem um centavo sequer para comprar pelo menos um  presente para  seu filho. Eu sei que existem milhares deles no meu Brasil. Mas de uma coisa tenho certeza, mesmo não estando empregado, ele vai dar um jeito. Meu povo é guerreiro! Um frango, arroz e farofa, será a sua ceia. E tem aquele mais lutador, que Juntou madeira aqui e ali, cortou uma lata, pregou lá, torceu aqui e com toda sua nobreza, com muito amor, conseguiu fazer o seu  presente, adicionou  um barbante, ensinou o barulho do motor, e pronto, está feita a alegria do Natal. Resistir é necessário!

Este é o meu Brasil, onde pobres e ricos convivem e sofrem, sorriem e choram. Onde o Natal é alegria e tristeza, paz e revolta, amor e ódio, concretização de um sonho ou decepção. Natal de um Cristo entristecido.

Desculpem  a minha discordância, mas vocês me entendem. Sabem muito bem sobre o  que estou falando. No meu Natal talvez exista o resto da inocência perdida de uma foto com Papai Noel. Natal é mais que tudo isso. É festejar num mundo diferente, onde as crianças podem ser crianças, protegidas de verdade, estão na escola, seus pais, se necessário, são atendidos pelo Estado, todos têm emprego, casa decente e podem presentear e ter a alegria de conviver  numa ceia de Natal.

Ontem, por acaso, com meu filho, entrei em uma loja de brinquedos. Vi coisas maravilhosas, diferentes do meu tempo de criança. Mesmo assim, desde quando ainda menino, passei a acreditar no bom velhinho, sempre ganhei um presente. Lembro-me que ao lado do lindo presépio, todas as manhãs do dia 25 de dezembro, havia sempre um presente deixado pelo bom velhinho. O presente, por coincidência, era aquele pelo qual me encantara dias e dias, diante daquela vitrine natalina, maravilhosa, da loja do seu Camargo, em Penápolis.  Cresci vendo meus seis irmãos chegarem aos poucos. Mesmo assim o presépio continuou e os presentes nunca deixaram de chegar. Até hoje embora não me sinta bem no Natal, eu continuo a acreditar em Papai Noel. Converso com ele e sei quanto ele sofre por não poder atender centenas de milhares de crianças neste Brasil e mundo afora. Milhares de sonhos que se desfazem no dia 25 de Dezembro. Pior, a distância aumenta e a realidade se apresenta com suas garras diabólicas, e o meu Deus chora. Em cada lagrima derramada de cada criança existe um átomo da incompreensão humana.

Não verei certamente o Brasil dos meus sonhos, embora limitadamente tenha lutado para que fosse diferente, com um Natal mais alegre.  Olho em volta e não ouço respostas; somente as ouço nos que me cercam; são a inspiração para a luta. Talvez nos mais jovens, impetuosos um dia, indiferentes quando adultos. Muitos estiveram ao meu lado nas lides diárias pelos mais pobres, hoje estão adormecidos. Meus jovens alunos, brilhantes, idealistas, quantos se firmaram nesta luta? De tudo, o que restou? Em mim, a mesma revolta, se não posso reunir a comunidade, debater com eles, preparar o bom combate, faço-o aqui, nestas páginas, esperando inspirar alguém a fazer da vida um campo de batalha donde possa brotar a seiva que transforma e liberta. Obrigado pelos que acreditaram nas minhas palavras, nas minhas convicções, nas nossas crianças merecedoras de crescer e prosperar. Obrigado a esse grupo maravilhoso que visitou estas páginas. Spartanos valorosos. Um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo, com milhares de cartões vermelhos para o Trabalho Infantil. Que a graça de Deus desça sobre o coração de cada um!

2 comentários:

  1. Graças a Deus,há em milhares de lares,o espírito de natal envolvendo,alimentando e presenteando milhares e milhares de pessoas,pais,mães e filhos,todos unidos,que ao menos neste dia esquecem os problemas e sorriem,afinal,o Menino Jesus está chegando...um ótimo Natal para o sr. e toda a sua abençoada família

    ResponderExcluir
  2. Obrigada querido professor Paulo...sem dúvida, seu maior tesouro, foi fincado nos carações de quem deseja um mundo melhor...

    E digo mais...seu caminho não se findara, pq ele sera trilhados pelos pés dos que hj te seguem e semearão essa semente de esperança...
    bjs
    vera

    ResponderExcluir

Insira seu comentário aqui.